FPBio promove seminário para reforçar protagonismo em energia limpa e proteínas
- 21 de agosto de 2025

O Brasil tem potencial para ser referência mundial na integração entre produção de alimentos e energia limpa. Essa foi a principal mensagem do Seminário “Cadeia das Proteínas: Combustível e Alimento para o Mundo”, realizado em Brasília, com a participação de parlamentares, lideranças do agronegócio e especialistas dos setores de proteínas e biocombustíveis.
Na abertura, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, destacou que o país já alcançou 50% de fontes renováveis em sua matriz energética, sendo 33% provenientes de atividades agropecuárias. Segundo ele, esse resultado mostra como a produção agropecuária contribui não apenas para alimentar o mundo, mas também para impulsionar o setor energético. “Nos últimos 20 anos, a produção de carne do Brasil cresceu 48%. Esse processo reflete o progresso tecnológico da produção animal, consolidando o país como referência mundial em proteína e em sustentabilidade”, afirmou Martins.
Biodiesel e previsibilidade para o setor
Entre os parlamentares, a pauta do biodiesel foi central. O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania/SP), presidente da Comissão de Transição Energética da Câmara, ressaltou que o acréscimo do B15, mistura obrigatória de biodiesel ao diesel, pode gerar impacto direto na cadeia produtiva, com uma demanda adicional de 2,35 milhões de toneladas de soja. “Se o mundo seguir o que o Brasil está fazendo em biocombustíveis, teremos um avanço formidável no combate às mudanças climáticas, tornando nossa atuação uma referência global”, destacou.
Já o deputado Alceu Moreira (MDB/RS), presidente da FPBio (Frente Parlamentar do Biodiesel) e promotor do encontro, defendeu a criação de um novo modelo de crédito e seguro agrícola para garantir segurança jurídica e previsibilidade ao setor. “Queremos transformar o Brasil em um país de selo verde, capaz de produzir com eficiência em qualquer região, atendendo a um mercado cada vez mais exigente”, afirmou.
Para o deputado Flávio Nogueira (PT/PI), apesar dos desafios conjunturais, o país segue como “grande produtor de soja, carnes e laranja, com capacidade de expandir ainda mais seu protagonismo”.
Confira algumas participações
Julio Cesar Minelli, diretor superintendente da Aprobio: “Biodiesel não é só substituição, mas sim um produto que incentiva a produção industrial e aumenta o número de empregos”.
André Nassar, presidente-executivo da Abiove: “Vimos números importantes e que precisamos melhorar. A expectativa é que o Brasil exporte 109,5 milhões de toneladas de soja em grãos, um aumento de 0,5% para o nosso país”.
Donizete Tokarski, diretor superintendente da Ubrabio: “Não existe outro país no mundo como o Brasil que exporta uma carne descarbonizada como nós”.
Luis Rua, secretário de Comércio e Relações Internacionais do MAPA: “Um potencializa o outro, e o Brasil tem todas as condições de mostrar isso ao mundo”.
Guilherme Bastos, coordenador da FGV: “Na verdade, alimento e energia se complementam. O biodiesel, por exemplo, gera insumos para a nutrição animal e fortalece a indústria nacional”.
Rogério Boueri, da SAPEBA Investimentos: “Atualmente, a retirada de R$ 7 bilhões da exportação de soja reduz a demanda final do setor agrícola, ativando os multiplicadores de produção específicos para a agricultura”.
Lorena Mendes, coordenadora do RenovaBio do Ministério de Minas e Energia: “Não existe nenhuma política pública a nível setorial no mundo que garanta o alcance multissetorial do biodiesel”.
Foto: Daniel Fagundes/Trilux/CNA Divulgação